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FIGUEIREDO AGRA
( BRASIL - PARAIBA )

 

Antônio de Figueiredo Agra, filho de Agripino da Costa Agra e Maria Figueiredo Agra, cursou as primeiras letras em Campina Grande, Paraíba, cidade onde ocupou diversos cargos administrativos e deixou sua marca peculiar: a altivez no estilo de administrar.

Brilhante como advogado, político e poeta, Figueiredo Agra se constitui numa das principais vozes da intelectualidade campinense, em nível nacional.

Como poeta, investigou em profundidade o sofrimento humano, enfatizando o fato de que quanto mais o homem se conhece e é “dono” do seu destino, mais se torna infeliz.

Em nível estético, sua poesia, sem chegar ao exagero do verbalismo extremo, é profundamente trabalhada, tendo, inclusive, certas incursões no concretismo. Mas é o lado humano dela que se destaca; sua dicção profundamente vivencial, o universo louco e lúcido do poeta que tem como obrigação captar o real e, através da fantasia, devolvê-la (a poesia) a um leitor, carregada de emoção e consciência do trabalho artesanal.

 

OBRAS POÉTICAS DO AUTOR

Guarda Esses Poemas, Luciene (1965)

Os Hemisférios Loucos (1973)

Concerto de Espaços (1973)

Vida Flauta (1974)

Tempos da Noite (1975)

Café das manhãs Amargas (1976) 

 

AGRA, Antonio de Figueiredo.   Concerto de espaços.
João Pessoa, Paraíba:  Igramol, 1973.   95 p.  o. 10 431
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda

   

APENAS...

Eu a quero
— meu ódio —
e porisso a tenho
sempre livre.

Amo-a
em seu transtorno
e não em seu
silêncio.

Aqui,
apenas quero
e calo...

CONFRONTO
 


Do nosso pacto

(podia ser apenas um ato)

só ficamos nós,
as almas de palha.

Acordo
que me acode
e me sacode
a alma

(antes calma)

e somos nós,
tão sós
como um nó
frente ao espelho que atrapalha
e nos espalha...

 

 

    MAL NÃO É PERDER-SE...

Mal não é perder-se
e nem morrer é tão mal.

Viver é que é mal
quando apenas se tem
na vida
a noção repetida
de quem se perdeu
do que se perdeu,

do que está se perdendo...


AGNÓSTICO

Sei lá...

É que não sei mesmo
a quem se deve
o prêmio de ser gênio.

O vidro,
o filamento,
o tungstênio,
o trabalho todo,
toda a História
— isso eu sei —
fizeram a lâmpada.

Quem fez a luz?
A quem se deve a luz?


Sei lá...

Deve-se a quem a acendeu,
ou a quem teve a consciência
de que era preciso luz?

Sei lá ...

A quem se deve a sociedade?
A quem reclamou
por alimento certo
(a necessidade certa),
ou a quem o entregou
(num instante incerto),
a liberdade
que completa o ato de dar
na consciência só do precisar?

O gesto de dar
completa o de receber,
o de receber
que explica o gesto de ter.

Mas eu sei:
razão é interação
e sua consciência,
toda a ciência.
 

 

UM FESTIM PARA HERODES

Trinta e cinco círios

acendem hoje

este meu aniversário

e nem Salomé

nem Herodíades

estão comigo.

 

A sua dança

traçou no ar

a estranha coreografia

que foi sugerida

na cabeça de João Batista

 

Chegam as bandejas

vazias,

menos mesa que música

e dançam o meu pandemônio.

 

Eu os sei aqui,

convivas redivivos,

e nenhuma idéia por cabeça

me trarão.

As bandejas me chegam

por certo,

sem o pedaço de João Batista,

o que já foi doado.

 

As bandejas estão aqui,

vazias,

e querem que elas voltem

com a minha cabeça...


(Os Hemisférios Loucos, Gráfica Igramol, João Pessoa, 1.972)

 

*
VEJA e LEIA outros poemas da  PARAÍBA em nosso Portal:
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Página publicada em novembro de 2025


 

 

 
 
 
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